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domingo, 15 de fevereiro de 2009

Cerejinha


Cereja

O que seduz uma cereja
Quando carrega a cerejeira
Do que o vento sempre quis?
Bendito o fruto que se colhe
Do ramo que canta e bole
Num sarau onde o verso é feliz
Pois os afagos na minha alma
Trazem o anis da tua boca
Espêssa numa gota serena

Quero deuses e licores mágicos
Com seus odores fugazes
Na rubra lapela do poema
Onde há conversa sabida
E chá de macela colhida
Num cantinho da varanda
Onde o gesto é envolvido
Em mares de Espanha bramido
Enquanto a pupila ronda...


Nina Araújo



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